VIDRAÇA
Precisava refletir
Então, resolvi abrir
A janela da minh'alma
Invadida pela luz
A visão não me seduz
Até me tirou a calma
Pela janela avistei
Um algoz que se diz rei
Muita inveja e falsidade
Hipócritas, delatores
Vi desvio de valores
E muita agressividade
A visão me incomodava
Tanto qu' eu esbravejava
Até que me aproximei
Descobri minha vidraça
Tão manchada pela traça
Com humildade, limpei
Uma vez, limpa a visão
Limpo igual meu coração
De algo mais, meu ser precisa
Abri, também, a vidraça
Por ela, agora, só passa
Bondade em forma de brisa
Hoje, minh'alma agradece
Tranquila, não mais padece
De vaidade e intemperança
Já disposta a prosseguir
Sabiamente, devo abrir
A porta da esperança
(Tânia Castro - 25/05/20)