O que nos resta
Ó Vida, que traz à nossa morte flores,
Mas também os espinhos da tristeza:
És cheia de vilezas e tão sem certeza,
E assim, trazes dores aos meus amores.
Como sei que tudo passa, sem demoras,
E as paixões, tão fugazes, são apenas
Reflexos das ilusões_ grandes e pequenas,
Só o que é eterno fica, sempre sem desoras.
Assim, prefiro as chuvas, os rios, a saudade
Que traz consigo as lembranças do passado,
E com elas me banho com a paz da serenidade.
Porque a vida é efêmera, são tempos alucinados,
E o que nos resta são entardeceres alaranjados,
E o amor nas formas de um beijo simples e casto.