Tributo
O mundo se silencia com os elos carregados pela leve brisa.
O céu limpo erradia o brilho do sol, desabando em uma forte chuva de passageiras lembranças;
Momentos que jamais acontecerão, em dias que jamais retornarão.
Os ventos do destino não retrocedem, os ponteiros da morte são sempre afiados e precisos.
Glorioso as batidas do coração pulsando incessantemente;
Calmaria antes do furacão, os dias deslumbrantes virando décadas em piscar de olhos, até as cortinas se fecharem;
São moscas no deserto a espreita do desvio, um desequilíbrio da ponte e o apagar de luzes;
Com a fragilidade dos encontros e desencontros da vida, na estigma cobiça de uma fantasia com a decida ao desfiladeiro.
As maiores e mais brilhantes jóias cultivadas pelo senhor tempo, nem mais nem menos, diante de seus olhos;
O frio se estende diante do colo, o último é o mais doloroso afeto;
A última palavra, o último beijo, a última troca de olhar com a pupila já sem forma, o último fôlego antes do fim derradeiro.
O passado não retornará, os erros não serão corrigidos, as percas jamais substituídas;
Assim se encerra o calor de uma pequena chama.