LAMPARINA DA ALMA
Joguei as minhas tristezas
No lamaçal da rua,
Desvendei os olhos...
Realidade crua.
Desmascarei a mim mesmo
Confrontei o meu interior,
Passei por cima das chamas
Do amor que se apagou!
Das brasas as amortecidas cinzas
Em paz sobrevivi a guerrilha,
Em meio aos estilhaços e bombas
Rastros que deixaram a vida
Trincheiras, defesas e perigos
Noite sem esperança e abrigo!
Os anos se passam como correntes
Sem elos,
O frescor da brisa não enferruja
O ferro,
Entre o limão e o cutelo
O coração endurece,
Paixão desaparece aos poucos
Canção que por dentro apodrece!
Não há ímã que atrai o destino
Nem destinos se cruzam por acaso,
O medo é acompanhado do desespero
O desespero acontece no momento
Errado,
A lamparina da alma
São os nossos olhos,
O corpo iluminado
É caminho do bem-amado!