NUM MINUTO - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros
NUM MINUTO- Luiz Poeta Oficial ( YouTube ) - Luiz Gilberto de Barros .
Num minuto, teus amigos... de mentira...
vão chorar a tua perda repentina...
como alguém, que vê, na curva de uma esquina,
esvair-se o bem maior... que Deus não tira:
Ele põe na nossa conta, os nossos erros,
já que somos egocêntricos e tolos
em pensar que nossos trôpegos consolos
chegarão depois dos nossos vãos enterros...
Dos amigos, dos amores... dos afetos...
...dos sorrisos mais felizes e eternos,
dos instantes de alegria mais fraternos,
das lembranças dos momentos prediletos...
...cada gota de uma lágrima sentida,
há de ser bem muito mais que sentimento,
uma espécie de gota de pensamento,
irrigando uma lembrança infinita.
Muitas vezes, nossas trocas impensadas
deixam só um abandono...tão vazio,
que não resta, da explosão, nenhum pavio,
só as nossas as dores insistentes provocadas.
A cegueira do egoísmo insensato
deixa rastros e, na volta da visão,
muitas vezes, nosso próprio coração,
se contenta só com um velho retrato.
Entretanto, flashes nunca capturam
o que mora na mudez de um riso falso,
quando muito, sugerem o cadafalso
que a inocência e a ingenuidade não procuram.
Nem lembranças são momentos caricatos,
insensatos de viagens ao passado,
a saudade é um tempo... inacabado;
de verdades que estampam velhos atos.
Quem viveu como quem coleciona espelhos,
nunca vê o que existe do outro lado;
uns se punem sem nem ter nenhum pecado,
outros vivem vendo a vida... de joelhos.
Por um dia, teus colegas de rotina
chorarão como sugere a etiqueta,
outros tantos, com as ideias do capeta,
falarão dos teus defeitos... na surdina.
Por um mês os companheiros de curtidas
Virtuais lamentarão a tua ausência
falarão da tua sã proficiência
alegrando, com tua vida, algumas vidas.
Por um ano, uns ainda lembrarão
de quem foste, mesmo que, timidamente,
mas alguns te esquecerão completamente,
e assim... terás cumprido uma missão.
Quem te odeia, se não for nenhum canalha,
falará sobre teus dons e teus talentos,
mas se o for... como os canalhas são nojentos !
hão de, logo, apontar-te alguma falha.
Entretanto, os amigos verdadeiros
partirão como partiste... e levarão
todo amor maior que uma recordação
puder dar ao teu momento derradeiro.
É assim, meu doce amigo e doce amiga:
quem te abriga e que te ama fielmente,
há de ter tua presença, mesmo ausente,
pois somente esse amor
faz essa liga.
Vive a vida, tudo é um rio seguindo;
o teu barco tem, em ti, o timoneiro
do destino... e se tens que partir primeiro,
alguém lembrará de ti, feliz, lindo... sorrindo.
Às 12h e 15min do dia 13 de novembro de 202O do Rio de Janeiro-Brasil. Publicado e Registrado no Recanto das Letras.