A força de uma vontade

 

O conflito entre o humano e o espírito

Não basta a razão, é preciso ter fé,

por debaixo da crosta deste mundo coisificado

deve estar sua essência.

A origem deve ser buscada.

O tempo passado deve ser desvendado.

Para tanto talvez tenha

que vestir máscaras e fantasias,

Talvez um talentoso palhaço

a entreter uma grande platéia,

Quem sabe ainda um idiota bem-sucedido

na concepção cotidiana do mundo.

E quem sabe um dia quando de melhor humor

até veja alguma graça nisto tudo,

Consiga ter alguma satisfação,

que hoje sinceramente

não me imagino capaz de ter.

Tenho esperança

que no amadurecer dos meus anos

meus ímpetos tornem-se mais serenos.

Isto, porém é futuro, o duro é viver o presente,

não há como amenizar aquilo que é realidade de fato.

Devo aprender a resignar-me,

mesmo não perdendo a capacidade de indignar-me.

Devo constatar exatamente o que é o mundo,

sem, no entanto, converter-me a ele.

Pássaro aprisionado na gaiola dourada

que suponho ter escolhido para viver.

Vivendo a arriscada aventura

de enfrentar a minha própria humanidade,

Descobrindo-me dono de todas as fraquezas

e tendo de enfrentá-las,

Tendo acesso as poderosas armas do instinto,

mas temendo usá-las,

Sabendo-as primitivas,

mas não sabendo como fazer para combater.

Tarde demais, o desafio já está lançado,

o destino já se desenrola nesta terra.

Haverá sempre a incerteza

da possibilidade efetiva de vitória,

Entretanto é certo que fugir

seria a garantia de derrota.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 26/02/2023
Código do texto: T7728369
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