A força de uma vontade
O conflito entre o humano e o espírito
Não basta a razão, é preciso ter fé,
por debaixo da crosta deste mundo coisificado
deve estar sua essência.
A origem deve ser buscada.
O tempo passado deve ser desvendado.
Para tanto talvez tenha
que vestir máscaras e fantasias,
Talvez um talentoso palhaço
a entreter uma grande platéia,
Quem sabe ainda um idiota bem-sucedido
na concepção cotidiana do mundo.
E quem sabe um dia quando de melhor humor
até veja alguma graça nisto tudo,
Consiga ter alguma satisfação,
que hoje sinceramente
não me imagino capaz de ter.
Tenho esperança
que no amadurecer dos meus anos
meus ímpetos tornem-se mais serenos.
Isto, porém é futuro, o duro é viver o presente,
não há como amenizar aquilo que é realidade de fato.
Devo aprender a resignar-me,
mesmo não perdendo a capacidade de indignar-me.
Devo constatar exatamente o que é o mundo,
sem, no entanto, converter-me a ele.
Pássaro aprisionado na gaiola dourada
que suponho ter escolhido para viver.
Vivendo a arriscada aventura
de enfrentar a minha própria humanidade,
Descobrindo-me dono de todas as fraquezas
e tendo de enfrentá-las,
Tendo acesso as poderosas armas do instinto,
mas temendo usá-las,
Sabendo-as primitivas,
mas não sabendo como fazer para combater.
Tarde demais, o desafio já está lançado,
o destino já se desenrola nesta terra.
Haverá sempre a incerteza
da possibilidade efetiva de vitória,
Entretanto é certo que fugir
seria a garantia de derrota.