Viver as simplicidades da Vida
Eis-me aqui, sentado à sombra da árvore,
Observando ao meu redor o mundo,
E pensando nas coisas simples da vida:
Nas chuvas e nos entardeceres fecundos.
Porque, afinal, o que é a vida senão um sopro,
Um momento passageiro, que não volta mais?!
E por que nos esforçamos tanto por ter e acumular,
Se nada disso levaremos quando a morte nos chamar!
Não há beleza maior do que a simplicidade
No canto dos pássaros, no perfume das flores,
Na brisa suave que anda pelos becos de nossa face,
E nos faz sentir como crianças, livres de dores.
Não há sabedoria maior do que a natureza,
Que segue seu curso sem pensar, sem se importar,
Revelando-nos que a vida é um ciclo constante,
Onde tudo que nasce, um dia haverá de findar.
E assim, sentado quieto à sombra da árvore,
Eu me sinto parte desse grande espetáculo,
Onde a simplicidade e a natureza se encontram,
E que a vida deve ser vivida com seus obstáculos.
Como as flores, eu sei que a vida é breve,
E que devemos aproveitá-la sem alardes,
E que a felicidade está nas coisas simples,
Como amar as amizades no silêncio das tardes.
Nos bosques eu encontro a mim e a tudo,
E não há solidão quando nas coisas há vida.
Batizo-me no lago cristalino e fico, então, mudo
E extasiado, ao ingerir a seiva da existência vívida.
Fico sentado à sombra da árvore, com dó!
E contemplo sem olhar a beleza do mundo,
E grato à vida por estes instantes profundos,
E por saber que sou poeira que voltará ao pó.
Tudo é belo e nada é ou existe em vão,
Tudo é simples e tudo é tão natural!
Nada existe para além da plausível visão,
Nem nada precisa de explicação racional.
Além dos prados, o sol brilha no céu azul,
As folhas bailam e dançam no dorso do vento,
Os pássaros cantam em plena liberdade,
E a natureza mostra esse encanto tão intenso.
E eu me sinto tão pequeno, tão insignificante
Diante da grandiosidade deste cosmo orvalhante;
Mas, simultaneamente, vejo em mim o universo,
Pois há comunhão de todas as coisas em meu verso.
Céus! Nada existe para além deste momento,
E tudo o que se precisa é saber ver e aproveitar
A chuva, o florir e o vento que a vida nos dá,
E deixar a felicidade cantar no coração, no lar!