ESPANTALHO
ESPANTALHO
Sob velho chapéu de palha
Rosto cisudo sem sorriso,
Com mãos acenando ao vento
Tangendo os maus pensamentos;
Arte ensinando a viver,
Lúdico mostrando-se capaz
Mandando o adverso correr.
Obelisco móvel no pomar,
Estátua viva de roçado,
Noite e dia trabalhando
Protegendo bem o plantado;
Palha e pano esgaçado,
Sem arma valente guerreiro
Puro, ingênuo, verdadeiro.
Gente precisa espantalhar,
Expulsar o que traz aflição,
Os corvos não são tão bravios,
Rendem-se aos acenos das mãos;
Aos que não, meu não não tardio;
Quando em bandos assediam,
Recorrer à força da razão.