Aos dezessete
Aos dezessete a juventude me sorria
Mostrava-se amiga , leal e verdadeira
Dava-me o braço e eu tolo cria
Que ficaria comigo a vida inteira
O tempo passou e sem que me desse conta
Um belo dia eu me vi sozinho
Hebe* por mim passou
E com ela foi-se o vinho
Portanto creia, Arthur meu filho amado
Põe teus ouvidos no que digo
Pois diferente não será contigo
Viva-a mas a desfrutes com saber
Pois ela não é só feita de prazer
E do modo que a viveres
Ela te mostrará o que é dor
E o que são prazeres
Ame-a pois ela agora é tua amiga
Beije-a enquanto ela tem vida
Use-a como sábia conselheira
E te lembrarás dela
Com amor por tua vida inteira.
Do livro Poemas de Paulo Guedes
*Hebe, personagem do poema de Raimundo Correia intitulado "O vinho de Hebe".