Troveja, vejo raios!
A noite veio
E com ela os fantasmas
Arrastando as suas
enferrujadas
Correntes...
Os monstros
Do medo
Gargalhando
Chegam
Em
Bando...
Uivam
Ou
Imitam
Os ventos?
Fechar
Os olhos?
Me negar
A ver?
Colocar
O fone
E ouvir
Um mantra?
Ah,
Se possível fosse
Num click
Mandar
Tudo
E todos
Pro
Inferno!
Rio eu
E os monstros também...
Quanta sandice!
Não consigo dormir,
os pensamentos
Parecem
um bate-estaca...
Perambulo
Como um zumbi...
Às vezes queria
adormecer para não mais acordar...
Sinto-me estranha certa horas e me perco em mim...
A noite trouxe a chuva...
Raios
trovões
A insônia
E a insana
Mente não serena...
Tudo
revolve...
E se agita
Dentro e fora de mim...
Quiçá
a chuva
me serene
a mente...
Inspiro
Expiro...
A mente
me desmente
E sacode suas correntes...
Então, o qu'eu devo fazer?
Esperar, somente...
Esperar?
Esperar!
Esperar a tempestade passar?
Vejo raios na minha direção, eu vejo!
Se durmo
Não tenho sonhos
Só pesadelos... Raios e raios...
Não consigo fugir... E, assim, tenho medo de dormir...
Mas em vigilia
Os monstros
Gozam
E se riem
Na minha
Cara...
Brindam
De prazer!
Debocham...
Loucura?
Fecho
Meus olhos...
Mas a mente
Não se cala...
Pesadelo
Pesadelo
Pesadelo!
Talvez doidice mesmo!
Serão
enigmas?
Sei lá!
Às vezes ser a vida... um sonho
E ser o pesadelo um sonho
Do avesso... Uma xarada?
Catarse?
Serão
sinais?
Quem poderia me dizer
Se sonhando estou
quem me dirá faz parte de meu sonho?
Troveja
Vejo
os raios...
Onde
cairão?
Será
que algum
deles me calará?
Talvez sim, talvez não
Sei lá!
Ou talvez
seja disso
que meus
pesadelos
me falem...
Os raios
caem
e eu
não quero
ver...
Tenho medo
Ou dos raios
Ou de mim mesma?
Troveja
Vejo
Raios!
*** *** ***
Imagens- acervo pessoal