APESAR DE QUE...
O tempo passa, quer queira, quer não...
Os dias se vão e o muito que se tem, se torna pouco.
O acordar, o comer, o vestir, o andar...
O cotidiano louco que é por muitas vezes o próprio pesar,
Mas, no entanto, apesar de que, devo prosseguir...
A morte veio e levou quem eu ama,
E apesar disso, eu vivo.
A insatisfação de não poder escolher:
A vida, invés de morte,
A alegria, invés de tristeza,
O sorriso, invés do choro,
O prazer, invés da dor;
Mas apesar de, o viver é um respiro,
O coração pulsa na mão de Deus!
Não temos mesmo controle, só Ele.
E apesar de tudo, acordei hoje,
E prossigo...
"E umas das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi criadora de minha própria vida. (Clarice Lispector ) Livro dos Prazeres, 1969".