O que fiz de minha vida?
Almas enregeladas...
Serão elas assim
qual a montanha
que fito?
As almas estáticas...
na vida...
Da morte que as tragou...
já faz um bom tempo
Respiram...
Mas
são mortas-vivas
imersas
em sentires
gélidos...
De suas vidas desperdiçadas
em suas horas (destruídas pelo tédio)
Ou por esvaziados
sentimentos...
Oh! Às vezes penso
que quando caminhar co’elas comecei
... nos separamos n’uma bifurcação
cujo um trajeto
só eu o
sigo...
É estranha essa sensação...
Até
tento entender...
O que as impedem de prosseguir...
Vampirizando se deixam ficar ao longo da estrada...
Num caminhar paralelo...
A maioria dessas almas
qu’eu conheço estão fora [de si mesmas]
Não qu’estejam loucas, mas porque não sabem
o que é “ser dentro” [delas mesmas]
se projetam nos outros...
E se entregam
sem
pudores...
E, lembram de tudo,
com exceção delas próprias...
Se alimentam de ilusões
que elas mesmas
criam...
Vivem
como
comensais...
Querem
usufruir
o calor
dos sentimentos
que não mais
possuem...
Não se adentram
no “mistério” que a todos chama
Como a estarem sugadas por um sono ou,
quem sabe, pela própria morte
dos sentimentos...
E se apegam à verdades mentirosas
que o mundo ensina
e que a elas
são promessas
de gozo
e prazer...
E as repetem
como se fossem
palavras sagradas...
Vivendo
como sombras,
espectros,
dos outros,
e mais nada...
Se muito
um repasto...
Minhas horas passam
como as de todo mundo
Mas co’a diferença
que não passam
em vão...
Deslizando
meu'olhar
sobre
esse
gelo...
Estremeço...
Mas o calor d'amor
faz meu coração
pulsar mais
forte...
O ar frio
não me
subjuga...
Eu vivo
cada minuto
de meu tempo
E respiro
cada segundo
que a Vida me oferta
E a ela sou
sempre grata...
Não sou esta
montanha
que se
oferece...
Mas
um dia
o degelo
virá...
E ela
que vive
d'aparência...
Se perguntará:
o que fiz
de
minha
Vida?
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Imagens-Acervo pessoal