“Gabrielando”
Sim, é sempre assim: (gabrielando)
“Quando” se é rico, acha que não saberá o que é ser... "carente"
“Quando” se é forte, saudável, pensa sempre que de modo algum será um dia... doente...
E por que digo “quando”?
Pra sair da caixinha,
Fazer pensar
Mesmo...
Simplesmente porque somos
“humanamente
temporais”...
E a contragosto
De muitos, atrelados
A uma essência, atemporal...
Pois é, seres bidimensionais
Uma dualidade pra lá
De paradoxal...
Duas faces
numa mesma moeda...
Considerando que...
Vivemos entre “quandos” nas estações
... que nunca são perpétuas...
Onde as transformações
São percebidas
Além
Dos sentidos...
E nos oferecem
O maná... que tantas vezes ignoramos
Nos dando, impulsivamente, ao "Convite" do luxurioso instinto...
E que se dane os sentimentos
Se as sensação cantam
como as sereias
De Ulisses...
A "vida"?
Finjo que é minha...
E é efêmera, minha verdade...
Tudo posso!
"... nasci assim [...]"
E por que recusar
O banqueteio nas carnes abrasadas
E tão gostosas e generosamente oferecidas sem ônus?
"... vou ser sempre assim[...]"
Deixa-me
Saciar as minhas fomes!
No meu "reino"
Mando
EU!
Mas me encastelo
Em "verdades" de meias-vidas,
Que respiram um ar rarefeito, e que se distanciam
Do ar primordial...
Onde
O olores dos poros
Se misturam
à regurgitação
Dos sentidos
E os inebriados
Trocam
As taças...
Bebendo
O gozo
dos sentidos...
E nesse clima
romanesco
Quem quer saber
De metamorfoses
E rupturas?
De Amor?
O corpo treme...
Ah,
o corpo
Fala
Sabe ser
Eloquente
Para atender
Suas necessidades
Primárias...
Gabrielando
"... nasci assim..."
Pois é...
Nossas crenças...
Ninguém que ganhou um milionário prêmio de loteria acha
... que um dia poderá ser... como um mendigo
E “quando” nos sentimos vigorosos, achamos que somos “poderosos”
É a ilusão da riqueza, dos desejos e do poder...
Que as mentes quando as têm,
alucinam mais que qualquer
droga psicotrópica...
E se entregam
à Ilusão...
Ou
As prazerosas
E inebriantes ilusões das paixões...
..."vou ser sempre assim"[...]
Não, não há quem seja mais louco que um rico o qual humilha um pobre
(Só porque está em vantagem sobre ele)
Não há quem seja mais cruel que uma pessoa bem de saúde quando nega
... ajuda ao desvalido
enfermo...
Não há quem seja mais insensível que alguém que induza o parceiro ou parceira
a se sentir amado ou amada, por necessidade de autoafirmação...
E “quando ricos, e saudáveis e, "instintivamente satisfeitos" ”...
acreditamos que não precisamos de ninguém
Ou melhor, temos certeza de que somos...
Semideuses...
...sopramos
meias-verdades...
E é sempre...
assim
... gabrielando
Oh! Até quando seremos... “assim”?
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[… Eu nasci assim eu cresci assim e sou mesmo assim
Vou ser sempre assim Gabriela, sempre Gabriela
… Dorival Caymmi]
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