COISAS DE TEMPO E DE CORAÇÃO

O que o meu coração já sentiu de bom

tento guardar às sete-chaves.

São preciosidades que não quero esquecer,

vou levar comigo até a hora da morte.

Em um tempo que se agride

com fé e com palavras,

viver vai ser a religião

que não vai ter ressalvas.

O meu coração já ressentiu, já quebrou e perdoou

mas ele funciona mesmo quando ama.

Pois quando você não cumpre sua finalidade,

é aí que você se engana.

Em um tempo que se divide,

eu multiplico.

Minha matemática é poesia,

são nos versos que me replico.

O meu coração bate,

mas eu não apanho.

Reconheço o óbvio,

é tempo e vida que ganho.

Em um tempo que depois os historiadores vão dizer

se fiz bem ou fiz mal,

descubro que de fato sou agora humano

e não neandertal.

Coisas de tempo e de coração,

me encontro em evolução.

Me apego à razão e a emoção

quem manda mais é inconclusão.