Dia de farsa
Todo dia é uma nova farsa.
Não sei como continuar…
Mas, todo poema é falso
Eu nunca deixei de imitar,
Eu nunca falei de mim.
Hoje, então, chega o dia
Das sílabas arranharem o peito,
De contemplar eu mesmo,
De ser realmente uma Pessoa,
Espancar com uma bela flor
O veneno híbrido do coração.
É a hora da magia realizar,
É hora de cair nas paixões
Mundanas, de subir
Os morros do capitalismo.
É dia de chorar por dinheiro;
de sorrir, de escrever, de poetizar, de…
De… ser realmente poeta.
Não é dia de mim, é dia
Do povo sofrido morrendo,
Mas, comigo vivendo um novo eu.