Se você qualquer,
em toda sua estranheza de
não conhecer as minhas estranhezas,
subitamente me perguntasse
se sou isso ou se sou aquilo,
talvez ou provavelmente eu me negaria
a me sintonizar a essa expectativa tão vã.
Por outro lado,
se você me cumprimentasse e,
embora em toda sua estranheza de
não conhecer as minhas estranhezas,
me questionasse,
em um passo a passo,
se passei por isso ou
se passei por aquilo,
decerto eu retribuiria o afeto.
A nossa inquestionável
mutabilidade humana
de ser como um rio:
água que corre.
Quem se mantém sob um
jeito parado de olhar
não percebe a água correr.
A nossa vida transcorre.
Para onde correr senão continuar
a ser água corrente?