PROFISSÃO DE FÉ (II)

PROFISSÃO DE FÉ (II)

Que sabem da Arte, os primatas do Planalto

Que cultuam um mito de sapato alto. Forjados

Políticos avestruzes com a cabeça enfiada

Na titica de uma educação e de uma cultura

De caserna, vigente na cabeça e no Coração

Das Trevas. Se você não comprou ingresso

Nesse Hollywood Rock de Horror, quem sabe

Você possa querer pretender ser um escritor.

Na paz que ultrapassa todo entendimento,

Você terá navegado o submundo do Hades

Passageiro do mundo do she´ol, invisível

Aos olhos que não podem nem querem ver:

Os mortos retornaram ao mundo dos vivos

Como bodes presos no Barco de Caronte

Sombras no domínio sombrio do deus Hades

Você conviveu com ele sem ter ensandecido???

Você esteve ativo entre eles, os mortos-vivos

Exaltados pelo uga-uga-uga sinistro do mito???

O Desconhecido chegou a esse mundo após

Percorridas distâncias astronômicas por amor

Ao progresso dos hominídeos. Ele adentrou

Disfarçado de um deles na caverna primitiva

Os primatas dormiam, roncavam, expeliam

Catarro das narinas em agressivo repouso

Flatulências se faziam ouvir na catacumba

Os inquietos dorminhocos aspiravam fluido

Que os fez embarcar no reino de Hipnos

A vagar na profundidade da sonolência

No antro da deusa da noite, a jovem lêmure

Pernas abertas resfolegava, enquanto o sêmen

Trazido pelo Alien, nela era introduzido

A vagina da Maria sem Nome, desconhecida.

As Fúrias invisíveis de híbridos horríveis

Penetram-lhe o ventre, caminho do Estreito

De Bering. Você estava entre eles sem que

Soubesse da intenção e origem. sem sentir

A enormidade infinita e aflita das dores do

Parto da mulher. “O Grito” do recém-nascido

Se fez ouvir na enormidade solitária da dor

Ela havia sido abençoada e amaldiçoada por

Invencível horror. Se você compreende isto

Quem sabe um dia posa vir a ser um escritor.

Se você conviveu entre múmias mutiladas

Pelo medo de outro mundo na Terra Devas

Terraplanada por seres não-humanos, então,

Sobrevivente de uma das idades do gelo

Encolhido no cobertor de seus tremores

Poderás vir a ser, quem sabe, um escritor.

Como poderia uma criança não sofrer elas,

As sequelas de sua estranha concepção???

Com quantas estressadas contradições teria

Ela de lidar entre a cultura high-tech original

E a via-crúcis do berço esplêndido terrenal

Quantos outonos teria ele de vivenciar em si,

Após cada verão que antecederia o inverno

Estações que até então inexistiam no antigo

Panorama de suas paisagens agora antigas

Que desapareciam da memória remota da

Existência planetária anterior. Como aliar

O passado alienígena com seu presente???

Quantas estranhezas inexplicáveis teria

Ele decifrar nessa nova órbita??? A absurda

Solidão em meio a esse ambiente estranho

A essas paisagens surreais, inéditas, insólitas???

Como saber-se usar em meio às raízes outras???

O estranhamento ambiental contrastava, ao mesmo

Tempo se compensava e retribuía pela facilidade

Com que dirigia o ambiente estrangeiro dentro

E fora do habitat das cavernas e grutas. Crescia

Nele a nostalgia da Águia, voos orbitais em naves

Que circulavam em torno de seu planeta, em spots

Memoriais. A nova gravidade cada vez mais o forjou

Diferenciado: um gigante de estatura titã

Afeito a regiões montanhosas, um valoroso

Guerreiro com poderes físicos e psíquicos

Muito acima de seus contemporâneos nanicos

Sua tribo de hominídeos prospera com suas

Habilidades. Ele não poderia se igualar no lar

De seus familiares menores na simplicidade

De seus poderes. Não sabia ao certo por quê???

Mas estava entre esses seres hilariantes. E teria

De entre eles se familiarizar. Restava coexistir

Com seus medos e temores. Quem sabe, num futuro

Distante, participar com eles numa grei de escritores.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 30/01/2023
Código do texto: T7707626
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