A ninguém
A ninguém
Não me sinto tão culpado,
A ponto de me condenar,
Tentando, ganhei alguns calos,
Se errei, mas foi ao tentar.
Não me considero omisso,
Não fugi de meus compromissos,
Só não me deixei humilhar.
Sou tão humano quanto,
Todos se dizem ser,
Não, não me levanto,
Não exalto nenhum ser.
Nenhum ser mortal,
Merece título tal,
Que a Deus venha pertencer.
Já ando tão enojado,
As vezes de mim mesmo,
Eu por ficar calado,
Outros, por se acharem supremos.
Se acharem acima de tudo,
Se acharem sábios, e são burros,
Provando do próprio veneno.
Quem quiser que me aponte,
Mas lembre sempre a lição,
Um dedo a mim direcione,
O restante fica na sua direção.
Se não somos perfeitos,
A ninguém eu dou o direito,
De ser dono de toda razão.
Ladislau Floriano