Identidade
Olhando sóbria para todos os meus ângulos
Me percebo
Me repudio.
Seguro meu próprio braço
Me impeço.
Seguro minha face entre os dedos
Me seduzo.
Sou o que sou.
Abro meus lábios quentes
Me paraliso.
Fito as duas órbitas negras dadas por meus pais
Vejo a vastidão
O meu pedaço
A minha identidade...
Me corpo então se curva,
Quase que como num cortejo.
Me rendo
Cedo a mim mesma
Em um ósculo sublime.
- Poesia publicada na revista literária Kyrial - PUC Campinas, 2018.