DOR DO MUNDO
Diante das tiranias
não ficarei calado,
soltarei meu brado.
Para as injustiças,
darei meu grito
do espírito angustiado.
Ao calor da paixão,
ao frenesi dessa alma
já bastante cansada,
tocarei belos sambas
e quem sabe um fado.
Avante!
Soltarei meu cântico
em cada canto do mundo,
bem dentro de mim
e também muito distante.
Perante a barbárie
e a estupidez
desse tempo,
minha voz embargada
e as lágrimas
ainda mais salgadas,
embalam e regam
a esperança do amanhã
que sempre nasce
em novas madrugadas.