Silêncio
Te encontro no verde, na planta, no bicho
No início, imobilidade, vazio
Longe, distante, inatingível
No absurdo da completa inatividade
Impossível agora
Sempre? Eternamente?
Te acho na harmonia de sons, notas, acordes perfeitos e até dissonantes
Te vejo no riso tranquilo do idoso,
No calmo sono da criança,
No olhar sereno do amigo,
Te acolho na ausência completa de seres, de sons, de tons, no nada
Te sinto no profundo do cosmo,
Na escuridão do fundo do oceano,
No inacessível cume da montanha,
Na improvável ausência do pensar
Te percebo no compassado ritmo do respirar,
E na necessidade de criar
Silêncio!