REVERSO DA MOEDA - 1

REVERSO DA MOEDA -1

Elementos primordiais, tudo criado sem preferências românticas,

E na materialização superstições incomensuráveis,

Achamo-nos primogênitos e a obra prima da Terra,

Mutação dos filos pela tecnologia de primatas,

Obliteração de espécimes sem visão holística,

Escaninhos universais cheios de sofrimentos,

Teorizávamos que eles abrigariam apenas pensamentos,

Uma torrente de segregação para os homens,

Também somos consumidos pelo vórtice do tempo,

Fluímos também pela mesma caixa antes da extrusora,

No entanto, representantes na maioria não humanos,

Se polarizam entre si e somos então, segregados,

Num corpo micelar não somos polares nem apolares,

Somos algo roto e fadados ao esquecimento?

Talvez nossa constituição vá ser reprovada pela extrusora,

Assim como as mães amam, mas classificam os filhos,

A Terra também goza dessa prerrogativa,

Da mistura de orgânicos e inorgânicos, somos o chorume?

Nossa empáfia não permite tal definição ultrajante,

Mas, somos em menor número, e apenas filhos como os outros,

Inseticidas, matadouros, herbicidas e o pior, a crueldade,

Falamos em eutanásia por amor, ou por comodidade?

Uma máxima inconteste criada por um ser humano,

“Este mundo é um inferno para os animais”,

“E nós humanos, seus demônios”*.

Túndalo, na inquietante visão, para pecadores,

A besta Aqueronte os devora,

Em seu interior, muitas bestas, mas na realidade animais,

O reverso da medalha que pode ser apenas filosófica,

Vários infernos, superior, médio e inferior,

Voltar ao mar de elementos parece mais palpável,

Como lavas, criando rochas metamórficas,

Um paralelo de materiais derretidos,

Postulou-se outra interpretação,

A da vingança dos agora elementos polarizados,

Teoria dos infernos seremos menos afortunados,

Talvez uma graduação de excruciante dor,

No, para, orto e meta, nos segregarão para o metainferno?

Evidência dessa imposição, assemelhando-se com nossas ações,

Há possibilidade, pela imparcialidade e parcimônia