ITINERÁRIO

Plantei nos solos do improviso

A efemeridade do meu riso

E atei-o a um estridente gargalho,

Por instantes despojei-me da tristeza,

Contente feito vulnerável presa

A despistar a morte em um atalho.

Vivi as minhas premências,

Com poucas exigências

Assenti que a vida adentrasse

E acendesse a todos os meus aposentos,

Desse voz a cada sentimento,

A cada oculto beco meu inundasse.

Nem sempre há alegorias

No breve reino de alegrias,

Porém, cintilam os recomeços.

Há contentamento em permitir-se,

Em conjugar-se e incluir-se

Apesar dos tropeços.

Pois a queda é inevitável,

Fato esse tão provável

Quanto consternador.

Vive com desprendimentos,

Não ostentes sofrimentos:

Fortaleza é o riso do sonhador.