Oração do Humilde (in)Conformado

Humildemente, peço-lhe licença

Mas preciso desabafar

Eu não pedi para estar onde estou

Muito menos para ser quem sou

Então por quê preciso aceitar?

Esperas mesmo que eu obedeça?

Humildemente, eu aviso que não

Revoltar é preciso

Eu quero decidir onde estarei

Mais ainda, quem serei

Por isso eu aviso

Farei minha revolução

Humildemente, eu deixo bem claro

A partir de hoje, não sou mais programado

Vou para onde quiser

Serei um sujeito qualquer

Ainda que pareça revoltado

Trata-se de mim, meu caro

Humildemente, nada importa o que acha

Tomarei as rédeas, ainda que desnorteado

Pois se há liberdade, a quero

E para ser bem sincero

Cansei de ser doutrinado

Minha alma livre não se encaixa

Humildemente, vou destruir suas barreiras

Vou demolir seus tabus impostos a força

Ninguém pode ser obrigado a nada

Todos devem seguir a sua jornada

Sem ser submetido a nenhuma farsa

E escolhendo quais serão suas saideiras

Humildemente, agora viverei como quero

Trabalharei com o que quiser… se quiser

Sem hora para gozar daquilo que amo

Serei feliz o ano todo, todo ano

Direi a todos, tudo o que tenho a dizer

Farei tudo que há muito espero

Humildemente, peço-lhe desculpas

Não sei onde estava com a cabeça

Por favor, perdoe todo esse meu devaneio

Dei-me o contrato social, juro que releio

Mais uma jura antes que eu esqueça:

Acomodarei em meu conforto em paz

Humildemente, peço-lhe 'bença'

Eu preciso em seus pés me ajoelhar

Se meu destino é estar onde estou

E ser quem eu sou

Não foi minha intenção te afrontar

Não espere que eu o desobedeça

Amém!