QUASE...
QUASE...
Carlos Roberto Martins de Souza
Quase é quase porque ele ficou no quase
Quem um dia ficou no quase quase sabe
Que quase não consola não serve de base
Pois o quase numa disputa nunca cabe
O quase já fez muitas vítimas causou danos
Ele é um traiçoeiro e engana até o esperto
Do quase muitos se lembram só de planos
Ele pode ser, também não ser, isto é certo
O copo que está quase cheio, ele está vazio
Tem a quase verdade que é uma mentira
A mentira quase verdade que causa arrepio
Por causa do quase muita gente quase pira
Na igreja tem aquele crente o quase cristão
No inferno o quase crente é quase um salvo
Tem o pobre que por azar é quase um ricão
Tem aquele que mira e quase acerta o alvo
O pássaro preto é quase filhote de anu
O João de Barro é um quase arquiteto
Aquele galo preto é um quase urubu
O godero das aves um quase desafeto
Quinta feira para o bêbado é quase sexta
Ele quase não viu a sua semana passar
O político quase ganhou mas foi besta
Ele ficou no quase tristonho a lamentar
O apostador jogou, quase ganhou na loteria
O carro quase pegou, mas teve ir que a pé
O dinheiro quase deu mas acabou num fria
O mané jogando a sua bola quase foi Pelé
O desonesto é um quase sujeito honesto
Ele quase casou mas o chifre não deixou
Era uma travesti era uma quase mulher
Ela quase evitou mas a camisinha furou
Foi um quase milionário acabou pedinte
O quase bêbado viu o seu mundo rodar
O feioso é um quase bonito e sorridente
Titanic ficou quase, acabou por afundar
A tal caganeira é um quase cocô duro
O peido é um quase preso numa cueca
Papel higiênico é um quase privilegiado
Vê tudo de perto e quase grita eureca
Foi quase campeão a bola quase entrou
O quase chegou em segundo na corrida
No concurso publico ele quase passou
Viveu de quase no quase da vida sofrida
Embora quem quase morre esteja vivo
Quem pensava que escapou já morreu
O quase já matou muito esperto ativo
O cara quase escapou mas se fodeu