ENTRE BAIXOS E ALTOS
Ultimamente visito passados lesionados
Ora estou entre seus baixos e altos astrais
Há contusões na mente, cortes ocasionados
Suturas abertas sangram, são feridas rivais
Se digladiam entre si querendo mais espaço
Se discutem pelo poder da mentira e da verdade
No fundo, o passado não vê seu reflexo no estilhaço
Não há luz para ele porque vive na obscuridade
Por mim, quero que ele se exploda no infinito
Dissolva-se em partículas insignificantes
Porque de mentiras e verdades, o passado só grita
Quero um presente sem cortes, e por que não, bendito?
A mim, importa-me somente os meus instantes
Vivê-los já me é o bastante. O passado me irrita.
(Simone Medeiros)