Adolescente
Sou a indefinição em forma de gente
Sei fazer pessoas felizes, embora nunca esteja contente
Com metade da maturidade, é bom que se diga
Parece que ainda nem saí da barriga
Me julgo inteligente ou então desprezível
Às vezes bonito, outras horrível
Sou também romântico e até masoquista
Maníaco não me julgo, mas nem realista
Em minha mente tomou conta a indefinição
E não é por falta de emoção
Pois de motoqueiro já fui quase alpinista
Embora me julgue um grande artista
Por que não digo logo um sim ou não?
E prefiro um ou, ou um pode ser sem convicção
A causa dessa indefinição e incerteza
Só minha infância saberá com certeza
Às vezes até acho que sou o único assim na terra
Quanta ingenuidade para quem acha que nunca erra
Minhas poesias só para mim algo significariam
Embora eu pense que outras pessoas as admirariam
Quanta incerteza e falta de confiança
Para quem no futuro tinha tanta esperança
E é esse futuro que espero com tanta ansiedade
Que poderá devolver interiormente minha liberdade
*Escrita aos 20 anos de idade.
Mantive o texto original.