ÀS VEZES

Às vezes paisagens me falam coisas

que não consigo em palavras transpor

Também em olhares e risos

tudo intangível como o amor

Às vezes um simples gesto

Explana mais que todo um argumento

Por isso priorizo o afeto

Mais que todo o lamento.

Às vezes fecho os olhos e sigo vendo

Escuto também o silêncio e sua canção

Se uma supernova cria uma estrela

Uma explosão garante algo novo no meu coração

Às vezes o barulho da chuva lava a minha alma

E me ensina a dançar com o Mistério

Correr também me traz calma

Dentro de mim tenho meu próprio monastério

Às vezes, mais frequente

Outras, meio repetente

Lutando para não ser indiferente

À dor de quem não é como á gente.