CANTIGAS DO TEMPO
Delírios meus,
os versos,
versejados ao léu.
ao ritmo dos ventos.
Pela janela do tempo
passam sussurros,
gritos, vendavais
e cantigas de amores
que não voltam mais.
Sonhos matinais
em noites inocentes,
madrugadas de violas
e tardes de madrigais.
Tempo, tempo, tempo
que nos deixa ao relento,
derruba e nos dá sustento
com suas revoluções
e inusitados musicais.
Na varanda, a vida
- Lácio do tempo -
sofre o meu encanto
e enquanto vivo,
engulo o seu veneno.
Em meio às paixões,
decepções e alegrias,
a vida singular
de peito aberto,
ao brado do novo dia
sempre se reinventa.