Alma em Guerra

Sem saber como chegamos

E também como partiremos

Nesse interim é que vivemos

Grande mistério.

 

A vida que parece muito vasta

É apenas um curto momento

Da extensão de tempo, fragmento

Não mais de cem anos lhe basta.

 

Quantas pessoas viveram eternas vidas

E quantas depois de nós viverão

Suas vozes surgirão, cessarão,

Não testemunharemos chegada ou partida.

 

Como não vimos, chegar e partir

Assim no futuro, serão estranhos a nós,

Deles sequer ouviremos voz,

Assim no futuro, pouco saberão de nós.

 

O que são mil anos nessa terra?

Quanta coisa mudou e mudará?

Vivemos com a alma em guerra,

Mas a impermanência, quem controlará?

 

Imagem: Jakub314(Pixabay)