Minha companheira

Minhas solidões me contemplam sozinho.

Nem sinto! Nascemos para a solidão!

Encerrar-me em mim mesmo, não ir embora.

Deixar-se estar, ficar absoluto, resoluto, sem medo...

Entristece-me, às vezes, o ser solitário, encerrado.

Outras tantas vezes esses silêncios são vida sem recusa.

Um estado interior que me enternece, não amofina!

Deixar-se estar nessa mescla de saudade e resignação.

Na penumbra do amanhecer uma solidão me invade.

Entra lentamente, sem mesuras, se aninha, me conforta.

Não tenho medo! Muitas vezes somos companheiras.

Aprendi nesse convívio. Foram tantos momentos confusos...

Percebo, nesses silêncios meu desatino, esse estar sozinho!

Solidão não é um retiro, não é uma pausa, é um estado!

É estar num vazio, numa noite escura (sem velas!), é ausência.

Solidão é um deserto, um estar só consigo e o mundo...

JTNery
Enviado por JTNery em 08/11/2022
Reeditado em 09/11/2022
Código do texto: T7645683
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