GEORGES LEROY E A COP-27

GEORGES LEROY E A COP-27

Por Sandra Fayad Bsb

 

É sobretudo o homem, ávido e cruel, que não os deixa gozar em paz os frutos da terra e os animais, que servem à sua alimentação ou a seus prazeres. Se ele combate os tiranos carnívoros das florestas, não é como benfeitor, e sim como rival, reservando-se o direito de devorar sozinho a presa comum. ” (Cartas Sobre Os Animais, de Charles Georges Leroy (22/01/1723 - 11/11/1789).

 

Publicadas em jornais entre 1762 e 1781,

Cartas mostram que há muito houve denúncia.

Não amamos, nem cuidamos ou preservamos,

Somos predadores covardes, egoístas.

Sem piedade, destruímos habitat, famílias.

Alimentamos nossos instintos parasitas.

Alegando necessidade de defesa pessoal

Criamos armas poderosas e certeiras

Capazes de matar a qualquer distância.

Arrogantes, nos premiamos pelo ato substancial!

Depois criamos matadouros modernos,

Eficazes, automatizados,

Como se não soubessem as vítimas

Que, sem piedade, ali são sacrificados.

Somos especialistas em inventar armadilhas,

Onde nossos olhos cruéis são preservados.

Matamos no ar, terra, mar – milhares de milhas!

Pulverizadas do sangue inocente ceifado.

 

 

Carta dos Animais (resposta)

Ao matar-nos, comprometeste tua existência.

Controlávamos nossas espécies e a flora,

Equilibrávamos o sistema com consistência,

Éramos seus parceiros na exploração dos bens.

Tirastes nosso poder, perdeste o teu rumo.

Não há caminho de volta...pernas já não tens,

Nem mesmo minhas fezes para o teu estrumo.

 

A fome se instala no Planeta em todos os cantos.

Agora matas uns aos outros por um prato de comida.

De joelhos, milhões, aos prantos, pedem socorro a Deus

Ou se digladiam pelo pão, diante da criança subnutrida.

 

Mas argumentas...

Restam a Amazônia, o Pantanal, o Cerrado Brasileiro.

Donos do dinheiro a cobiçá-los, sem escrúpulos,

Criam fóruns, tratados, elegem representantes

Aos famintos impõem medicamentos esdrúxulos

E aos nativos ofertam mordaças não beligerantes.

 

Quando a última árvore tiver caído,

quando o último rio tiver sido poluído,

quando o último peixe for pescado,

vocês vão entender que dinheiro não se come.

(Texto atribuído a Alanis Obomsawin)

 

 

 

 

Sandra Fayad Bsb
Enviado por Sandra Fayad Bsb em 08/11/2022
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