AMOR

Amor.

Conceito-sentimento dos mais propalados.

Tal qual difundido, intensamente mal-empregado.

O que será?

Impossível precisar?

Necessitaríamos de neológico dicionário para de isso aproximar.

Há amor de todos os tipos.

De mãe, pai e filho,

Santo, coisa e amigo,

Trabalho, dinheiro e bicho,

Momento, autor e livro...

Amor para todas as coisas e de todo o tipo.

Certeza uma apenas: substantivo, abstrato, sentimento positivo,

Dependente de intensidade, qualidade... aclamativo.

Hoje: te amo para o resto da vida... Amanhã: rancor, aversão, discussão infinda.

A maioria dos vocábulos – senão todos - converge vozes, sentidos ou discursos.

Normal. Fazem parte de algo vivo, mutável, coadunam-se aos usos.

Contudo, alguns, de tão especiais, dificilmente são profanados em seus significados: “amém”, “benção”, “Deus”, “obrigado”.

Mas este, em especial, pelo tanto que representa, não deveria ser tão degradado.

Se criativos somos, por que não tê-lo apenas como o mais puro dos sentimentos humanos?

Existente somente quando anuladas paixões.

Pura, incondicional, desinteressada Amizade.

Nunca cobra, compete, abandona ou prejudica.

Sempre compartilha, auxilia, engrandece, vivifica.

Para os demais sentimentos, com este tão confundidos, temos “dor”, “riso”,”alegria”, “paixão”, “novidade”, “carência”, “caridade”, “dependência”, “tesão”...

Dentre outros verbetes que não aviltam a sublime emoção.

Rafael Lengruber
Enviado por Rafael Lengruber em 08/11/2022
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