Disfarces perfeitos
Depois de tanto tempo,
Angústias me perseguem
Não me surpreendo
Com essas maldades do mundo.
Porém, não sou forte
A minha dor mental
É tão ardida quanto um corte,
Eu não caio em prantos
Pois sou meu próprio disfarce.
Vivo a vida
Como um ator
Nada me desanima
Pois escondo toda essa dor.
Esse disfarce perfeito
Não mostra a verdade,
Um homem meigo
E toda sua felicidade
Atrás de uma pele forjada.
Quando me levarem
Para encontrar a morte,
Não quero que chore
Quero que seja forte.
Se me cremarem
Irão ver minha pele
Virar fuligem,
A mesma que esconde
Minhas angústias.
Se virem lágrimas
É a minha alma
Se perdoando de tudo
Pela vida maltratada.
Do meu peito
Sairá o sangue
Que leva o meu direito
De gritar por liberdade,
Mas lembrarei de tudo.
Tudo o que eu fiz,
Virei um ser horrível,
Um ser primal,
Mas não fui incrível.
As maldades de um ser
A morte as escondem,
Mesmo sem se arrepender
Ele será a vítima social,
Pois a morte é o melhor disfarce.