ISSO É O QUE EU NÃO QUERO
Sentado num banco qualquer
Passa um, passa outro
E os olhares atraem semelhantes
Sentado num banco qualquer
Gira os ponteiros do relógio
E o dia amanhece outra vez
Sentado num banco qualquer
Senta um, senta outro
E são só lamúrias
Sentado num banco qualquer
Voz rouca, discurso retrógrado
Política, futebol e religião
Sentado num banco qualquer
Fala um, fala outro
E ninguém dá ouvido a ninguém
Sentado num banco qualquer
Reclama um, reclama outro
E nada dizem terem feito
Sentado num banco qualquer
Chora um, chora outro
Sem criança, sem jovem, sem companhia
Sentado num banco qualquer
Entristece um, entristece outro
Sem história alguma pra contar
Sentado num banco qualquer
Passa a vida, chega a morte
Onde mesmo eu estava?