CREPUSCULAR INQUIETUDE
(Ps/569)
Sinto-me como um oceano quebrado,
na fúria de um tornado.
A tormenta atormenta e divisa.
Aproxima-se!
Haverá madrugada, amanhã,
depois de amanhã que
recitará versos belos, brancos
de amor imersos,
na maré que avança
em pleno deserto árido
de poucas esperanças?
Subsistirá o sonho amanhã, depois
e depois de amanhã e no dia seguinte?
A negra lua espreita em solidão
no universo dividido, um sopro,
sem dor e sem ruído, porém,
pulsa, tenta gritar: Libertação!
Desate as amarras!
Deixe a vida chegar!
Deixe alma viver!
Deixe o sonho do letargo submergir!
Deixe o silêncio entrar!
Viaje nas cores do arco-íris!
Liberte os desejos acorrentados!
Soterre a podridão!
Caminhe!
Encontre o futuro!
Deixe cair o pano: "Deus, meu Deus, onde
estás que não respondes?"
The end!