Reencontro
Tão bom quando posso ficar parada,
uma música no fone,
um livro do lado,
uma roupa leve,
cabelo solto,
sentada na cama,
cabeça na lua.
Tão bom poder ser quem se é,
pena não se ter a oportunidade...
a frequência de me ser,
cada vez mais diminui.
Enquanto aumenta a demanda
de que eu seja aquilo, que para o mundo,
eu devo ser.
Vou ficando excluída,
sem tempo de me ser,
com cansaço de me exercer.
Durmo sem saber quem sou,
acordo igual,
perdida de tudo.
As vezes até esqueço,
o que de verdade, habita aqui.
Queria um tempo para me encontrar,
me achar, me procurar...
Voltar a mim como uma alma
que para um corpo retorna
depois de um sonho.