EU NO NINHO
Inspidez e assombro
Coisas que em mim restaram
Como entulhos
Expurgos e frangalhos
Retalhos do velho ser
Que insisto em coser
E juntar à roupa nova
A possessão se faz louca
Feito seixos no riachos
O teu leito se fez trilho
Claro como estrada iluminada na noite enluarada
E os ardis da luz e sombra eram minha voz feito ninho
Caleidoscópio lapidado tingiam minha dor e destino
Mas quem dera eu estivesse quase ao meio do caminho...
Me fizeram entender que a sós é que se rege a vida
E era a luz da minh'alma sofrida
E era a adversária ilusão
De quem caiu em armadilha
E fugaz era o medo
Tanto atroz o galope
De quem sorria em segredo
Despencando assaz um trote
Enchia uma mala de sonhos
E um outro tanto de sorte