Melancolia

A melancolia invadiu meu espaço!

Despertou essas angústias entre sombras.

Recolhi minhas loucuras e meu tédio

nessa tarde de domingo, entre obscuros silêncios.

A neve cálida espargiu por aqui, nessa modorra.

Os desertos continuaram ventosos, entre dias estreladas,

entre madrugadas frias e solidão, refletindo desamparo.

Tanto assombro nesses largos oceanos e esse barco!

Meu silêncio incidiu nesse quarto entre penumbras.

Me desfiz, revirando essas páginas em branco, inerte,

entre lembranças das poesias e essa insone melancolia.

Quanta melancolia nessa tarde de domingo de ausências!

Lá longe as pessoas passam... Eu me sentindo vazio.

Será essa saudade que irradia tanta melancolia?

Será minha lembrança insistente? Quanta teimosia!

Agora nem sei que passos tomar nesse caminho!

Sou cúmplice dessas contemplações que me amofina.

Sou esse corpo vazio refletindo meu aniquilamento.

Onde andarão aqueles passos, aquelas esperanças?

Quantas perguntas sem resposta! Só melancolia...

Grito interior nesse silêncio. Busco minhas retóricas.

O passado é melancolia, é lembrança, é tédio?

Não, não vale a pena viver assim nesses simulacros.

Esse estado mórbido me alucina, me dilacera.

Não me venham com Freud e seus transtornos,

nem me tragam esperanças e alívios repentinos!

Quero viver minha profunda tristeza, minha solidão,

viver meu luto, minhas carências e minhas perdas.

Vem daí melancolia, vem aconchegar-se comigo,

nestas tardes enoites, nesses dias de ambiguidades.

Minhas introspeções são minhas! Sou meus momentos!

Assim reflito e sigo... Revigoro-me nessa resiliência, nessa paz.

JTNery
Enviado por JTNery em 11/10/2022
Reeditado em 14/10/2022
Código do texto: T7625332
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