BRISA NECESSÁRIA
Fujo de gente engessada, mas não aquelas que literalmente tiveram alguma parte do corpo avariada,
Me distancio de opinião formada, onde a terra não é fértil para ouvir e argumentar,
Não perco tempo fundamentando para quem percebe tudo em primeiro grau,
Ou quem não consiga entender mais de um sentido que uma frase pode exprimir,
Ou ainda, quem deixa passar desapercebido o caminho que as entrelinhas podem nos conduzir.
Fujo dos que ferem por ferir, quando nada podem acrescentar,
Me distancio dos que usam como desculpa a sinceridade, quando apenas agem sem qualquer educação,
Sem perceber que a sinceridade e forma educada não se excluem, e o resto é só um esgoto a céu aberto,
E em meio sua cegueira e na ausência da compreensão do mundo ao redor, se sente esperto.
Às vezes, crio um espaço só meu para sobreviver ao caos do mundo,
Minha alienação consentida, por vezes é minha cura,
Eu sei que essa afirmação parece loucura,
Mas é meu oásis quando preciso de um tempo de paz,
Para que eu consiga dar um passo a mais.
Os anéis usam os que têm compromisso,
Os laços são compostos por quem não divide, mas constrói vínculo,
Enquanto a ferida das dissenções cresce entre a sociedade,
E eles pensam ganhar o jogo apodrecido levantando a maior bandeira de suas vaidades.
No fim, os engessados pensam que compreenderam tudo e nada mais precisam assimilar,
Os abertos observam tudo, e quanto mais aprendem, sentem que o mundo é muito vasto para tudo dominar,
Quem tem opinião formada, se sente muito seguro de si mesmo,
Mas os que encontram tempo para constantemente aprender, sabe que o caminho não será uma jornada a esmo.
A esperança ainda tenta sobreviver ao caos do mundo,
Enquanto a alienação consentida tenta a alma acalmar,
Por parecermos avançar e regredir como o movimento do mar,
Enquanto a mediocridade faz o barulho de um furacão,
Os que observam e tentam compreender seguem como brisa necessária à sua nação.