A dor do ver partir
É um sentir impotente,
Que desestabiliza total.
Quem antes era valente,
Se descobre um mortal.
É uma sensação estranha,
Que foge do compreender.
Numa negra raiva tamanha,
Que não se sabe entender.
É um buraco imenso,
Que não se tem fundo.
Quem era remanso,
É desespero profundo.
É uma noite fria e escura,
Que perpetuam as dúvidas.
Que provoca amargura,
Nas lágrimas negras doidas.
É um gelado esmorecer em luto,
Que confunde os pensamentos.
Quem antes só era razão e bruto,
É a fragilidade dos momentos.
É uma melancolia instantânea,
Que não se sabe mensurar.
Quem antes se via espontânea,
Não sabe como se curar.
É um silencio em loucura,
Que não passa no tempo.
Quem só era alegria pura,
Agora se ver sem campo.
É uma dura circunstância,
Que é um tormento aceitar.
Quem está nela não polícia,
Ainda que se saiba excitar.
É um momento imaginável,
Que se cede a enlouquecia.
Quem só sabia ser flexível,
Agora se ver na intolerância.
É uma dor cruel e insuportável,
Que faz da alma lugar inabitado.
Quem não se via um multável,
Agora se sente um ser acabado.
Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.