NOVOS VELHOS TEMPOS - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros Rio de Janeiro Brasil.

NOVOS VELHOS TEMPOS - Luiz Poeta - Luiz Gilberto de Barros

Após a chuva, o sol beija os pés da terra,

Com humildade e ternura, provocando

O grão que mostra um novo ciclo que se encerra,

Enquanto o outro vai, aos poucos, se mostrando.

O pranto irriga a solidão, o riso enxuga,

A ruga teima em mostrar-se, a vista embaça,

A emoção não alimenta mais a fuga,

O amor entende, a dor se abranda, o medo passa.

O novo tempo é tão antigo e redundante,

Novos infantes repetem surrealismos,

Vangloriando- se de velhos modernismos

E a Monalisa os provoca, insinuante.

A consciência mostra o quanto os insensatos,

Foram ingratos contra quem os escolheu

Sem interesses, amigos não são retratos

Caricatos do que não envelheceu.

O doloroso é ver que o mundo é tão imenso,

O bom amigo vê, no outro, a opção

Mais fraternal e seu amor é tão intenso,

Que ele se esquece até do próprio coração.

Conjecturas são nocivas, alimentam,

Ideias mórbidas, o orgulho ignora

Que as ausências arbitrárias só fomentam

A solidão do outro irmão que sofre e chora.

Todos os anos um cometa desgarrado

Destrói o ano que passou... que ignorância !!!

Assim é o homem, servo tolo, abismado

Ante a razão que não lhe dá nem importância.

Reféns da dúvida e de avisos controversos

Dos que possuem línguas falsas e ferinas

Fazem da mágoa e dos rancores submersos

Em suas almas, suas dores assassinas.

O tempo assola a casinhola do destino,

Há um menino em cada azul do infinito,

Todo Poeta enfeita a flor do desatino

E o seu destino vai ficando mais bonito.

Jamais verá o outro amigo que resiste

E fica triste ao decifrar tanta entrelinha,

Mas que rebrota pois, se sua dor persiste,

Seu sonho é ave afetuosa que se aninha.

Às 9h e 3min do dia 31 de dezembro de 2021 do Río de Janeiro Brasil. Registrado e PublIcado no Recanto das Letras.