JÁ É TARDE ...
Quando em casa chego,
E ao adentrar não há quem me aguarde,
Nem mesmo dos teus braços o aconchego.
Triste é a solidão que na minha alma arde.
Quando vou para o meu quarto,
Tirar os sapatos e colocar meus chinelos,
Minha existência se torna verdadeiro parto,
Porque comigo ninguém quer manter elos.
É como se minha vida fosse suplício eterno,
O indispensável trabalhar,
Sem ter em casa um sorriso fraterno.
E quanto a luta diária: Jamais posso falhar!
Já é tarde e agora estou na cozinha...
Preparando eu a mesma refeição,
E eu que sou uma pessoa realmente sozinha,
Nunca irei de saber o que é a troca duma afeição.
Já é tarde e estou pensando:
Amanhã é um novo dia,
Que será de imenso trabalho,
E sem desmerecer minha ousadia,
Estarei ciente de que eu não falho.