TROPEÇOS

No desvão da aurora

sagram meus pés

descalços, cansados

e o meu lânguido olhar,

guiado por uma

teimosa esperança

que nem sei

de onde vem.

Há uma força oculta

nessa luz instável,

quase escuridão,

que me estende a mão

nesse infindo desarranjo.

Em eternos recomeços,

a vida que só tem ida,

sempre se reinventa

a cada tropeço.