CACOS DESPEDAÇADOS
Viajei no fundo dos gemidos
Silenciosos,
Onde a escuridão e a ansiedade
Rondam sem pedirem passagens.
São horas que duram eternidades,
Enquanto as madrugadas suspiram
As saudades!
Curvo-me sobre as sombras
Das fantasias enlouquecidas,
Como ouro refinado no fogo,
Malhando ferro em água fria,
Longe dos olhos dos amantes
Encarcerados,
Ardendo em febre do passado!
Amor distanciando dos eternos
Abraços,
Perdidos em carinhos um coração
Que sem esperança ainda velo.
Palavras esvoaçantes espalhadas nas
Ondas dos mares,
A pele molhando o corpo desliza
Por onde quero!
Bamboleio dos ritmos alucinante,
Envolve a tua cintura a queima
Dos nossos desejos eletrizantes.
É a pureza derramada em calda
Incandescente,
São os cacos despedaçados
Que restaram unicamente da gente!