Vida que muda

Juntando o que o tempo permitiu e que as decepções não levaram embora

Escolhendo pedaços de quem um dia sorriu e acreditando no agora

Se desinteressando pelo que não serviu calçando a fé recobrando a memória

Vestida de concreto pela dor que sentiu sem se pintar de honra ou glória

Assim ela surgiu nada inteira e transformada

Não se incomodou com quem a viu e nem sua vida bagunçada

Remontando o futuro sem esperança, rebelde, despreocupada

Dos cacos restou sua essência e uma alma calejada

Carregando o necessário para deixar espaço para o belo, para o novo

Mudando para sí sem se encaixar, sem caber em algum lugar ou para um outro

Sabendo que não mais queria um castelo e que teto é só repouso

Ela prefiriu viver ao relento sem parada, sem planos, sem esforço

Algumas marcas de desgaste ainda insistem em não sair

Mesmo polida com suavidade se permitem existir

Meras obras caras disperdiçadas por sucumbir

De quem viveu uma vida e a mudou para não deixar de sentir

Sentir que está viva e construir seu presente

Hoje ela quer somente leveza, paz e existir constantemente

Não importa quantas mudanças será preciso ou conveniente

O que ela tem é certeza de que em sua morada só se vive quem a sente

Mesmo que destruam sua fé novamente e tentem soterrar o seu valor

Se restar o pó se fará cimento com paredes resistentes com positivismo ou furor

Ela aprendeu a encaixotar sonhos e tem como lembrete as ruínas que alguém causou

Mas nunca hesitará em sonhar que é possível construir o amor.

By Karyn.

07/09/2022

H 23:38

karyn suellen
Enviado por karyn suellen em 07/09/2022
Código do texto: T7600838
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