Provérbio Vivo
Numa manhã, estava ali varrendo,
A porta da casa na manhã nascendo,
Juntava folhas e mais folhas que da árvore cederam,
Quando dois homens a mim apareceram.
Bem vestidos e arrumados, um folheto me estendeu,
Li rapidamente, minha mente percebeu,
O título em negrito na folha branca quase transparente,
“É possível alcançar a felicidade eternamente?”
Seu discurso começou falando sob a felicidade,
Ligando-a sob a bíblia em sua raiz
Disse-me e lecionou, até me questionar,
“E você, é feliz?”
Sem reluta, sem demora,
Lhe larguei um sim,
Neste dia como aflora,
Um pensamento assim.
Após a resposta, a sobrancelha levantou,
Podia dizer “sim, não ou talvez”,
Mas na sua vez,
Ele me indagou.
“Qual o conceito de feliz,
Para neste mundo existir,
É um mundo tão cruel,
O que me diz?”
“O mundo é cruel desde seu início,
Continuará depois de partir, é seu vício,
Felicidade é eterna, depende onde procurar,
E há em um alguém em que há de eternizar”.
“A felicidade em Cristo”, logo completou,
Amar Àquele que mais amou,
Poderíamos mergulhar nesse rio de amor,
Por mais que existe tal mundo de dor.
“E qual sua materialização sobre a felicidade,
O diz sob ser feliz perante a Santa Trindade?”,
Segurei a vassoura com as duas mãos,
“Atendem o que eu faço irmãos”.
“A felicidade é a rua sem folhas,
Folhas que representam problemas mundanos,
Por mais que nas mãos façam bolhas,
A felicidade se encontra nos pequenos prazeres humanos”.
“Varro aqui para manter a frente arrumada,
Pois isso alegraria a minha amada,
Varrendo até não restar folha sequer,
Por mais que amanhã tenha que novamente varrer”.
“A vassoura é Cristo, que me possibilita trabalhar,
Não vai varrer sozinho, sempre a me esperar,
Sem Ele eu não varreria tão bem assim,
Seria trabalho que nunca teria fim”.
“Porventura é certo que a labuta não cessará,
Sem o Rei dos Reis, como vou me achará?
Se o prazer não está em Cristo, como viveria,
Se caso não varresse, acumularia”.
Os olhos abriram, logo eles se impressionaram,
“Quem es tu, para com o Cristo que falam?”
“Sereno respondi num tom calmo”,
“Não sou ninguém, sou servo do Rei de tom alvo”
Logo despediram, buscando mais pessoas para indagar,
Refleti sobre mim mesmo, com o que pude falar,
Algo que anos não conseguiria retrucar,
Até hoje estou a pensar.
Se fosse o eu de antigamente, a resposta seria não,
Pois somente sobrevivia, sem a presente comunhão,
Não entendi que a felicidade é estado de espírito,
E na época eu ainda estava ferido.
Logo após, uma sensação me tomou,
Alguém acima da rua me olhou,
Quando olhei, ninguém encontrei,
Senti o reflexo de quem eu fui,
Orgulhoso de quem eu me tornei.