À Margem...
Quantas são as vezes
Só viramos a cabeça
E tão simplesmente
Fingimos não ver
A face desfacelada
Os olhos craquelados
Nos lábios cerrados
Um grito afogado
Quantas vezes...
Quantas são as vezes
Aos nossos ouvidos
O som oprimido
A pedir um favor
Desperta horror
E como espada
Fingimos ser nada
O Ser que passou
Quantas vezes...
Quantas são as vezes
Que à mão estendida
Atrevida e invasiva
Negamos guarida
Por suja julgada
Já tão calejada
Perdida no nada
A mão a negou
Amor renegou...
Espectro da vida:
É ele... Ou, eu sou?