TEMPOS OBSCUROS

(reedição)

 

Eu quero quase tudo,

Não quero quase nada,

Quero que o tempo passe!

Não quero a morte!

Não quero ouvir falar do moral!

Falem da ciência, da história e da arte!

Quero  poder tirar a máscara que me protege!

Sistemas falidos, incompletos, no completo abandono!

Técnicos da linha frente, com sobrecarga desumana, sonolentos,

Pálidos e tristes guardam verdades sozinhos, paramentados, sufocados!

Severa realidade, pandêmica, destrutível!

Não abusemos dessa classe, cuidemos dela, ela sofre!

O sol convida, pouco é o esmero em transgredi-lo.

Técnica da mente que satisfaz o ímpeto sem vida

Nos quadrantes quinzenais que se repetem e soterram!

Não merecemos morrer!

Para o inferno, O Insano, desse tempo prostrado,

Convidado pela estação, na ignorância, para com a morte,

De conclusões desatinadas e de vontades saciadas,

Onde recolhimento, é loucura, é tédio e esperança, é fim!

Nada O prende e o momento faz girar a máquina mortífera,

Numa canção de saudade após a tragédia ter passado e,

Sem horizontes, somos mais um, na sobra e na conta do acaso! 

Quanta beleza, aos olhos, o pensamento revela largo

Minuto a minuto, as ondas vão e vem, confortavelmente!

Nada é distante e o movimento é perfeito como o coração!

Irrequietas, as vezes, se deixam beijar pelo azul do céu!

Classe, incansável, da linha de frente, vêem assim?

Ou, o prognóstico é o abismo  do silêncio eterno?

Ciência com as forças humanas é a técnica, deste tempo!

Resiliência, cansaço, olhos húmidos, gestos incansáveis,

Permeiam e declinam no coração desses homens de fé!

A lógica, fere e deságua ocupando espaços, a sete palmos,

Entre muros gelados que soluçam pasmos,

Inércia!

 

 

 

edidanesi
Enviado por edidanesi em 30/08/2022
Reeditado em 01/09/2022
Código do texto: T7594191
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