A Leitura do meu eu
Embrenho-me nos recônditos celestiais,
Achego-me nos liames mais colossais.
Infiltro-me em meus bons pensamentos,
Apoio-me na força calcada dos tormentos.
Ao redor de mim, tudo é bem nebuloso,
Meu refúgio me oculta do tão tenebroso.
Releio-me silenciosamente, me contemplo,
Reviso-me compassivamente, sou Templo.
Estou acima de tudo, de todos e de mim,
Como se habitasse num suntuoso jardim.
Mergulho no meu âmago, lida na idas,
Na volta das minhas feridas já vividas.
Confiante, no Poder que vem do Altíssimo,
Transformador das aventuras terrenas,
Sou purificada como um ouro puríssimo,
Consagrada e envolvida na paz amena.